Li a revista do Epicentro, um maravilhoso final de semana de imersão que acontece anualmente em Campos do Jordão (SP). Em um dos textos, o Ricardo Jordão Magalhães, que é quem dirige esse evento escreveu: “Tempo. A única coisa que você realmente tem”.
Concordo com o Jordão. Acreditamos muito que o tempo é nosso. A sensação que temos o tempo todo do mundo ao nosso dispor é uma grande e terrível ilusão, que faz com que vivamos postergando as decisões, as ações, o que precisa ser feito.
Nosso tempo é o que temos de maior valor porque, como o dinheiro, ele pode desaparecer, acabar em cinco segundos, virar fumaça. E quando descobrimos que ele não está mais ao nosso dispor como havíamos pensado, a frustração é muito grande. O desespero bate porque, nesse momento, queremos fazer tudo que não foi feito antes. Queremos viver tudo que poderia ter sido e não foi.
Vale a pena repensar o tempo. E se apropriar dele hoje. Não no futuro que está por vir. Porque o futuro sempre tem que ser hoje. Agora. Nesse instante.
Foi convidado? Vá. Pensou em fazer uma viagem? Faça. Pintou uma oportunidade? Agarre. No mundo dos ditados, o cavalo não passa selado duas vezes.
Eu acredito que ele passe, muitas vezes, mas as pessoas não se dão conta. Neste mundo em que vivemos hoje, que é muito temporário, deveríamos ser educados para prestar atenção em todos os detalhes, nos sentimentos, nas emoções e principalmente no grande barato que é viver.
A partir do primeiro suspiro, nosso relógio de contagem regressiva é acionado. Para muitos por pouco tempo, para outros uma média ou longa jornada, cheia de altos e baixos, emoções e alegrias. Tudo que aparece tem que ser curtido, intenso, profundo, gostoso e valioso.
Seja qual for o momento que você está vivendo agora – começo meio ou fim da vida, repense. Reprograme. Faça, refaça, desmanche. Dê o abraço que não deu, o beijo que esqueceu, fale o que não falou, vá onde não foi, pegue alguém pela mão, permita-se ser levado também.
E aproveite seu tempo. Todo o seu tempo. Cada segundo, cada minuto, cada hora, cada dia. As 24 horas são suficientes para fazer muitas coisas e, com planejamento, elas podem virar 36, 48…