A vacinação contra a Covid-19 avançou consideravelmente no Brasil. Em 20 de outubro de 2021, o país conseguiu atingir 50% da população totalmente vacinada — ou seja, com duas doses da vacina (AstraZeneca, CoronaVac e Pfizer) ou dose única (Janssen).
Esse avanço trouxe muitos benefícios, como a considerável queda da taxa de mortalidade, chegando a 2,8% dos contaminados. Apesar disso, a máscara de proteção continua indispensável.
Além de proteger o usuário, também evita que uma pessoa contaminada passe o vírus adiante. Mas muitos dos vacinados acreditam que esse uso já é desnecessário. Afinal, se o indivíduo já recebeu o imunizante, por que continuar utilizando o acessório?
Se você ainda tem essa dúvida, veja por que utilizar máscaras mesmo com as duas doses da vacina:
A vacinação evita a contaminação?
Não, mas diminui consideravelmente as chances. Um indivíduo vacinado continua correndo riscos de contaminação, pois o vírus ainda consegue se acoplar à célula e se replicar.
Por isso mesmo, todas as vacinas criadas até hoje têm um objetivo principal: diminuir o risco de desenvolver as formas graves da doença.
No entanto, a vacina não só impede que o vírus se multiplique com facilidade (já que cria anticorpos no organismo), como também diminui consideravelmente as chances de que a doença manifeste sintomas.
O laboratório AstraZeneca afirma que sua vacina tem eficácia de 79% na prevenção de Covid sintomática; a Pfizer oferece 97% e a CoronaVac oferece 50% para casos leves e 70% para casos moderados.
Por que ainda é obrigatório andar de máscara?
Como visto, a vacinação não evita a contaminação. Por mais que ela diminua consideravelmente a taxa de casos graves, eles ainda podem acontecer.
Além disso, quanto menos vírus circulando, menos chances de que eles consigam criar resistência aos imunizantes e variantes mais fortes, como a delta.
Embora o uso de álcool 70% seja muito importante para manter as mãos limpas e evitar contaminações no geral, a contaminação por coronavírus ocorre, essencialmente, pelo ar.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos estimam que menos de um contágio a cada 10 mil ocorre quando se toca um objeto com coronavírus.
Outro detalhe importante é que as máscaras não são apenas eficazes em evitar a contaminação, mas também em evitar que ela se espalhe. Mesmo uma pessoa vacinada e assintomática continua sendo um vetor para contaminação — principalmente em pessoas não vacinadas.
O uso de proteção é não só um cuidado com a própria saúde, mas com a do próximo. Por fim, é essencial ter ciência de que a máscara evita a contaminação em ambientes fechados, em que a circulação de ar é muito menor.
Uma pesquisa divulgada pela revista científica Building and Environment mostrou que, quando alguém sem máscara tosse em um local fechado, mais de 70% das partículas virais transportadas pelo ar conseguem ultrapassar os dois metros de distância em apenas 30 segundos.
Resumindo: sem a proteção, nem mesmo o distanciamento social mínimo consegue evitar a contaminação nesse tipo de ambiente.
Eficácia das máscaras
Máscaras como a PFF2 e a PFF3 conseguem evitar entre 95% e quase 100% da taxa de contaminação, respectivamente.
No entanto, o uso de uma máscara cirúrgica combinada com uma de pano pode evitar até 95% da contaminação por aerossóis (partículas de secreções que ficam pelo ar e podem conter o coronavírus).
Quando será possível andar sem máscara?
Considerando a taxa de imunização das vacinas atuais, o ideal é que a não obrigatoriedade de vacinação ocorra apenas quando 80% da população estiver totalmente vacinada.
Além disso, é preciso que o país apresente uma considerável queda nas taxas de contaminação e, principalmente, de mortes. Assim, as pessoas estarão mais seguras para andar sem máscaras.
Proteção além da Covid-19
Importante ressaltar que além da máscara outras medidas são de grande valia e importância, por exemplo:
- Uso do álcool gel;
- Manter as mãos higienizadas;
- Evitar aglomerações;
- Evitar tocar o rosto.
Ademais, a máscara não protege apenas do coronavírus — tanto que foi sempre adotada em hospitais e construções.
O acessório protege da contaminação de diversas doenças respiratórias, como gripe (incluindo as influenzas) e sarampo. Já as PFF2 conseguem proteger contra catapora, tuberculose e meningite.
Texto: Gustavo Marques