Apesar de extremamente importante, o significado da taxa DI é desconhecido por muitas pessoas, inclusive por aquelas que fazem aplicações com seu dinheiro.
De fato: quando um investidor faz um depósito bancário para aplicar esse dinheiro em produtos de investimento, a taxa DI já está influenciando sua alocação de capital, mesmo que ele não saiba.
Isso ocorre porque essa taxa está diretamente relacionada à economia do país, impactando diretamente os investimentos de todas as classes de ativos, seja de renda fixa ou variável.
Portanto, é de fundamental importância compreender o conceito por trás da taxa DI e sua importância para o cenário econômico.
O que é e como funciona a taxa DI?
Taxa DI é a taxa usada para depósito interbancário (DI). Ou seja: é a taxa definida para que os bancos paguem quando fazem empréstimo entre si.
Por determinação legal do Banco Central, nenhum banco pode fechar suas operações diárias com saldo negativo. Por isso, as instituições financeiras precisam pegar dinheiro emprestado entre si para fechar o dia com caixa positivo.
Assim, fica definida a taxa DI como a taxa padrão entre operações bancárias. Para fazer uso dessa operação, os bancos utilizam o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
A função do depósito interbancário é evitar que o sistema financeiro tenha problemas com dívidas. Portanto, ao evitar que o banco finalize o dia com saldo negativo, é possível controlar o endividamento dessas instituições.
Para que serve a taxa DI?
Como observado anteriormente no artigo, a taxa DI é fundamental para permitir as operações financeiras entre bancos, melhorando assim a saúde do sistema bancário brasileiro, bem como:
- Facilitando as negociações;
- Envolvendo menos pessoas;
- Gerando uma economia positiva;
- Entre outros aspectos.
No entanto, ela é fundamental em diversas outras áreas do mercado financeiro, como é o caso dos investimentos. Por ser uma taxa de ampla aceitação no mercado, ela é utilizada como referência no mercado de renda fixa quando se deseja estipular a rentabilidade de um investimento.
Por exemplo: caso um investidor deseje alocar seu capital em um Certificado de Depósito Bancário (CDB), o CDI costuma ser utilizado como benchmark para essa aplicação.
Assim, quando ele olhar os produtos de investimento na sua instituição financeira, ele pode achar um CDB que renda 100% do CDI, outro que renda 105% do CDI e assim em diante.
Entre os ativos que estão atrelados ao CDI, estão o CDB, a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio).
Taxa DI e os investimentos
Ainda no que se refere à taxa DI e aos investimentos, vale notar que não apenas os ativos de renda fixa são influenciados por essa taxa. Como tudo na economia está interligado, o CDI é muito importante também para a renda variável.
Isso ocorre porque a rentabilidade prometida por um ativo mais seguro, como aqueles atrelados ao CDI, influencia diretamente os preços dos ativos de renda variável.
Assim, caso o CDI esteja em valores nominais altos, os ativos de renda variável costumam ficar descontados. Por outro lado, quando os valores do CDI estão baixos, os ativos de renda variável costumam aumentar de preço.
Por exemplo: caso a rentabilidade média do índice Ibovespa esteja em 8% ao ano e o CDI entregue apenas 1% ao ano, cada vez mais investidores devem alocar seu capital em bolsa para buscar ganhos mais elevados.
Por outro lado, se o CDI subir para 6%, esse ganho de apenas 2% a mais no índice Ibovespa pode não compensar para muitos investidores, de forma que eles preferem então alocar seu capital em ativos menos arriscados, como os de renda fixa.
Qual a diferença entre taxa DI e taxa Selic?
Apesar de muitas pessoas acharem que são basicamente iguais, elas têm diferenças importantes em seu funcionamento. Primeiramente, a taxa DI é decorrente dos empréstimos interbancários de curto prazo, como visto anteriormente.
Já a taxa Selic é divida em duas: a Selic Over é voltada para operações interbancárias envolvendo títulos do Tesouro Nacional; já a segunda, Selic Meta, é calculada pelo COPOM e utilizada como taxa de juros básica na economia.
Portanto, essas taxas têm origens diferentes e são usadas para funcionalidades distintas no cenário econômico. Apesar de terem origens e finalidades diferentes, na prática a taxa DI e a taxa Selic possuem valores similares, com diferenças de poucos pontos decimais entre si.