Se tornar um influenciador digital de sucesso passou a ser o sonho de muitas pessoas que enxergaram na ascensão das redes uma boa oportunidade para ganhar dinheiro, afinal além de promover interação social, as redes se transformaram em ótimas vitrines de vendas.
Acontece que no desespero de conseguir cada vez mais seguidores, e plataformas como o Instagram exige realmente que o perfis profissionais estejam em constante crescimento, muitos influenciadores acabam adotando estratégias que ao invés de colaborar acabam atrapalhando o engajamento.
A famosa compra de seguidores é uma dessas estratégias vazias, sim vazias, pois é assim que o perfil de quem compra seguidores falsos ficam vazios. Vamos pensar um pouco, se um perfil é seguido por 20 mil contas falsas, o conteúdo que ele publicar vai ser visualizado por quem? Acertou quem respondeu ninguém.
E para além, as contas que já seguiam este perfil antes da compra de seguidores correm o risco de sequer acessar as fotos e vídeos publicados, pois ao invés de aparecerem para elas, o Instagram pode dar prioridade para estas contas falsas, já que a plataforma não entrega o que é publicado para todos os seguidores de um perfil.
Para tentar driblar o Instagram e fingir para as marcas e parcerias que possuem uma conta com muitos seguidores e engajadas, muitos influenciadores digitais brasileiros entraram para os chamados “bondes”.
A estratégia dos bondes funciona da seguinte maneira, existe um determinado grupo no aplicativo de mensagem Whatsapp em que os administradores marcam horários para acontecer o que chamam de “mutirão”. Ao se aproximar o horário do mutirão, os administradores do grupo enviam uma foto para que os seguidores do bonde coloquem no perfil do Instagram.
Quando chega o horário marcado, os administradores enviam no grupo o link de uma publicação para que o grupo inteiro (às vezes são mais de cinco grupos) possa curtir e comentar. É obrigação de todos seguir os perfis que curtiram a publicação que estiveram com a foto.
Desta maneira de fato aumenta o número de seguidores, mas ao contrário do que muitos pensam, não gera interação, pois essas pessoas só começaram a seguir um perfil por interesse em ser seguido e não interessados no conteúdo publicado ali. Sem contar que a grande maioria, após ser retribuído, deixa imediatamente de seguir o perfil, o que pode causar muita frustração, pois a perda de tempo é grande.
O que dizer também sobre os frequentemente usados por influenciadores “grupos de engajamento”? Bom, é muito difícil encontrar um grupo de engajamento sério, a maioria deles funcionam de maneira livre, porém não fluída, pois não possuem administração.
Então alguém entra no grupo, envia seu IG, escreve em baixo que vai retribuir todos, e pode acabar não cumprindo o combinado, ou simplesmente ninguém seguir, e até mesmo quem seguir, após ser retribuído deixar de seguir, ou, em última instância o perfil até permanecer seguindo, porém não engajando, apenas por não ter afinidade com o conteúdo, afinal, chegou até ali de forçadamente e não organicamente.
Existem também os grupos de engajamentos bem aparelhados, com sérios administradores que estão sempre de olho se todos estão cumprindo as regras à risca. O maior problema destes é que as pessoas que vão curtir, comentar, salvar e enviar as publicações serão sempre as mesmas, o que faz com que a conta fique estagnada.
Não existe caminho fácil para um influenciador digital
A menos que o influenciador digital seja uma pessoa já conhecida, é muito difícil fazer com que um perfil cresça da noite para o dia. Influenciar é criar vínculos, é estar dia a dia em contato com uma audiência, ouvindo, atendendo suas necessidades ou criando necessidades baseadas nas “personas”, que é o tipo de personalidade de um público.
Realizar um levantamento de localidade, idade, sexo, preferências do público é um bom caminho para criar um projeto de engajamento no qual todos podem se identificar.
Outra ação que um influenciador digital pode realizar para melhorar suas métricas são os testes. Realizar publicações diferentes em horários diferentes a fim de sondar com que tipo de post a audiência mais se identifica e qual é o melhor horário da audiência.
Sobretudo, criar conteúdos bons. Por exemplo, se vai fazer uma viagem a uma cidade histórica, como Ouro Preto, Mariana, Parati, Olinda, entre outras. Não é interessante publicar apenas os restaurantes e fotos próprias como self ou publicações que todos costumam fazer. É importante refletir sobre o lugar que se vai conhecer.
As cidades mencionadas acima possuem mais de 300 anos de história, muitos atrativos turísticos específicos como minas de ouro, museus, entre outros lugares que dão para criar muitos conteúdos de valor.
Não se cresce nas redes sociais fazendo o que todo mundo faz. Embora existam as “trends” do momento, elas são muito passageiras, algumas duram dois dias e desaparecem feito fumaça no Instagram ou TikTok.
Para influenciar é preciso muito mais do que “dancinha”, um bom celular ou câmera, um estúdio bacana, é necessário entregar valor, pense nisso!