Atualmente, o ato de investir em ativos se mostra mais rápido do que era antigamente. Quando alguém diz que trabalha com ações na Bolsa de Valores, certamente muitos ainda pensam em uma sala lotada, com pessoas engravatadas gritando para todos os lados. O pensamento não está de todo errado, mas um pouco atrasado.
Precisando apenas de internet e um smartphone, podendo contar com diversos auxílios, como o caso de uma plataforma de investidores, qualquer pessoa pode ter um cadastro e aplicar seu dinheiro via Home Broker, algo que não acontecia antigamente.
A bolsa de valores na década de 90
Em 1990, quem desejasse comprar ações, sem a contratação de terceiros, precisava estar preparado para um cenário de guerra.
Entrando em uma sala grande, mas lotada de pessoas com roupas sociais, conseguia comprar uma nova ação quem gritasse mais e isso não é exagero. O espaço contava com uma grande tela, mostrando as cotações em tempo real, e o chamado “pregão simultâneo” funcionava ao vivo – e quem quisesse adquirir um novo ativo, precisaria falar, mas em alto tom, pois só assim seria ouvido pelo chamado “chefe de posto”.
Mesmo parecendo uma grande bagunça, o espaço era organizado e quem trabalhava no meio já estava acostumado com todo aquele clima, que se mostrava bem intenso.
Com a chegada de novas tecnologias, isso foi sendo deixado para trás e, atualmente, com poucos cliques, é possível comprar ou vender suas ações.
A evolução do investimento no Brasil
Até a década de 1960, era incomum encontrar pessoas no nosso país que investissem em títulos públicos ou privados. Isso acontecia pois, além de uma legislação que limitava o crescimento de certos investimentos, muitos preferiam os ativos reais, como o caso de terrenos e imóveis.
Esse cenário começou mudar depois de 1964, quando o governo militar tentou instituir reformas na economia nacional, entre as mudanças, tivemos a reestruturação do mercado financeiro.
Em 1967, com a intenção de aumentar o investimento no mercado acionário, foram introduzidos alguns incentivos aos investidores, como a opção de contribuintes utilizarem partes dos impostos devidos, para aplicar em quotas de fundos de ações, que poderiam ser escolhidas entre as opções.
Uma lenta evolução
Mesmo com diversas tentativas e incentivos, o mercado acionário nacional seguiu em passos curtos. Até hoje, muitos brasileiros possuem receio de investir na Bolsa de Valores e em outros ativos.
Uma pesquisa feita em 2021, pelo Instituto Reclame Aqui, mostrou que 71,8% dos brasileiros não tem costume de investir parte do seu dinheiro e os motivos são diversos.
40,5% dos entrevistados não investem por acreditarem que o dinheiro que possuem é insuficiente, 33,3% por não gostarem de se arriscar, 17,1% por falta de conhecimento e 9% por receio de perder dinheiro.
Apenas 31.6% das pessoas que participaram da pesquisa disseram que pretendem fazer alguma aplicação em breve e, em sua maioria, contam com idade abaixo dos 30 anos.
A realidade é que entre os investidores ativos no país, 41,7% possuem idade entre 18 e 30 anos, mostrando que os mais velhos ainda têm receios que podem estar ligados ao mercado financeiro que existia anteriormente.