Nos últimos anos, estudiosos observaram um salto na quantidade de empresas abertas em todo o país. Entre 2016 e 2017, o aumento de pessoas que abriram sua própria empresa foi de 13,6%, conforme levantamento da Boa Vista SPC.
O problema é que a maior parte destes negócios não surge por opção, mas sim por necessidade. Entre meados de 2014 e 2017, foram abertas mais de 11 milhões de empresas, por pessoas que desistiram de encontrar uma colocação no mercado do trabalho.
A facilidade da abertura de CNPJ MEI colaborou para este cenário. Simples e desburocratizado, este regime é a opção de pessoas que trabalham por conta, mas querem ter algum grau de formalidade.
Porém, por conta do desespero em obter uma fonte de renda, nem todos estes empreendedores seguem os passos corretos na hora de começar um negócio. O que torna o sucesso da empreitada mais difícil de alcançar. Confira quais são eles:
1. Estudo de viabilidade
mais que o governo tenha tomado atitudes, para reduzir a burocracia envolvida e tornar a abertura de empresa simples, há alguns passos que o empreendedor deve dar antes de formalizar o negócio.
A grande pergunta é: sua ideia vai dar lucro? Existe uma forma mais rentável de ganhar dinheiro? O mercado realmente procura o que você pensa em oferecer? Como é a concorrência?
Existe a chance de o mercado estar saturado? Esses questionamentos servem como termômetro, para definir se o negócio é uma boa ideia ou não.
No Brasil, empreendedores de primeira viagem contam com o apoio técnico e a expertise do Sebrae.
A instituição dá consultorias gratuitas à pequenos negócios e a novos empreendedores, dando dicas a respeito de itens como:
- Posicionamento de mercado;
- Registro da empresa nos órgãos públicos;
- Escolha do regime tributário;
- Pagamento de impostos;
- Precificação de produtos;
- Reinvestimento do lucro.
Esta é uma oportunidade disponível em poucos lugares do mundo, e o empreendedor deve aproveitá-la.
2. Planejamento financeiro
Por mais que você opte pela abertura de empresa ME (microempresa), vai precisar de um investimento inicial para colocar o negócio em pé.
Há um custo com documentação, contador, recrutamento de funcionários, aluguel do ponto, etc. É essencial levantar quais serão os valores investidos e onde o valor será obtido.
É importante resistir à tentação dos empréstimos bancários. Por mais que a ideia de dinheiro fácil pareça boa, os juros são altos e podem ser a sentença de morte de um negócio com pouco tempo de mercado.
3. Escolha do regime tributário
Existem vários enquadramentos tributários no ordenamento jurídico brasileiro. Cada um tem as suas características e influencia o modo como os impostos serão pagos, de uma maneira diferente.
O modelo do microempreendedor individual é, de longe, o mais popular. Entretanto, nem todas as atividades são passíveis de enquadramento neste regime.
Para descobrir qual é a situação da sua área de atuação, basta fazer uma consulta MEI no Portal do Empreendedor.
Nele, também há outras informações importantes a respeito deste modelo de negócio, como direitos, obrigações, como funciona o pagamento de impostos. E até esclarecimentos para perguntas mais simples como: médico por ser MEI?
Além de como abrir e encerrar a empresa, o que fazer caso o negócio cresça e seja preciso migrar para outro regime, etc.
4. Formalização do negócio nos órgãos competentes
No caso de negócios que não podem ser enquadrados no MEI, o processo de abertura é um pouco mais complicado. Por conta disso, é importante contar com a assessoria de um contador.
Quem mora no estado de São Paulo, por exemplo, precisa formalizar a abertura de empresa JUCESP, além de obter alvarás e pagar taxas específicas.
5. Seleção do ponto e contratação de funcionários
Enquanto o empreendedor lida com a burocracia, é possível dar os primeiros passos da abertura da própria empresa, procurando o ponto ideal e começando a formar uma equipe.
Por mais simples que esses processos pareçam e mesmo adotando o método de Anywhere office , eles envolvem uma série de detalhes. Por conta disso, o proprietário do negócio, muitas vezes, consulta empresas especializadas em recrutamento.
Além de imobiliárias para encontrar o ponto ideal. Por mais que a ideia seja boa, é preciso ter cuidado com o orçamento: esta assessoria tem um custo.
6. Acompanhamento constante dos resultados da empresa
Com tudo pronto, chega o esperado momento de abrir as portas de sua própria empresa. Apesar de a empresa estar regularizada, isso não significa menos trabalho.
A partir deste momento, o empreendedor precisa acompanhar de perto os resultados do negócio. Com tudo na ponta do lápis, fica mais fácil controlar entradas e saídas de dinheiro, protegendo o negócio da falência e aumentando suas chances de sucesso.